PORTOS
Porto de Belém
Em 1616, chegam à Baía do Guajará três embarcações com uma guarnição de 150 homens, comandados por Francisco Caldeira Castelo Branco a fim de conter incursões estrangeiras na região. O primeiro porto da nova colônia portuguesa surge paralelamente à chegada da expedição, na foz do igarapé do Piri, onde hoje é a Doca do Ver-o-Peso, estratégica confluência dos rios Pará e Guamá. Porém o desenvolvimento urbano de Belém, ao longo do século XVII, com intensa movimentação de comerciantes, obriga a transferência do desembocadouro principal da margem esquerda para a margem direita do igarapé do Piri.
Dois séculos depois, o movimento comercial da cidade mostra-se intenso, com a exportação de grandes quantidades de cacau, café, algodão, cravo, couro e madeira. Por isso mesmo, por volta de 1839, a cidade começa a reclamar a construção de um porto que atenda às suas necessidades, pois o que existe, até então, é um pequeno cais de pedra situado na Baía de Guajará. Devido aos problemas enfrentados pela falta de um porto moderno, florescem às margens da Baía de Guajará trapiches de madeira que atendem às companhias de navegação em atuação na Amazônia. Esse é o início do Ciclo da Borracha.
Já, no século XX, o Governo Federal abre concorrência pública para as obras do novo porto, saindo vencedor Percival Farquhar que organiza a Companhia Port of Pará. O homem de negócios, natural da Pensilvânia (Estados Unidos) retirou todos os trapiches existentes em frente à cidade e no mesmo local construiu o Porto de Belém, inaugurando em 02 de outubro de 1909, 120 metros de cais e o primeiro armazém de 20 por 100 metros. Quatro anos depois, em 1913, o Porto já estava com 1.718 metros de cais acostável e 15 armazéns.
Hoje, o Porto de Belém, a 120 Km do Oceano Atlântico e na margem direita da Baía de Guajará, formada pelos rios Moju, Guamá, Acará e Pará, é administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP). A principal entrada marítima que leva ao Porto de Belém está entre a ilha do Fortim e a barra, o acesso é pelo canal Oriental, que tem 90 a 180 m de largura média, 6.000 m de comprimento e 7 m de profundidade. A bacia de evolução fica em frente à Doca do Ver-o-Peso e tem 500 m de comprimento por 500 m de largura.
O Cais acostável do porto tem 1.295 m de extensão, dividido nos seguintes trechos: do armazém 4 ao 8 são movimentados cargas geral, contêineres etc.; nos armazéns 9 e 10, operam embarcações de navegação interior com carga geral ou passageiros; e nos armazéns 11, 12 e silos movimentam-se contêineres e trigo a granel. O porto ainda dispõe de ambulatório para empregados da CDP e trabalhadores portuários avulsos, comunicação VHF, Fax, internet, telefonia fixa e celular. Além disso, órgãos como Alfândega, Ministério da Agricultura, IBAMA, Ministério do Trabalho, Vigilância Sanitária, Secretária de Estado da Fazenda, OGMO e Sindicato de Operadores Portuários estão presentes no Porto de Belém.